Descrição
Itziar Ziga dispara à queima roupa um texto que surge das margens do hétero capital e descarta os binarismos de gênero e discursos normalizantes. Nesse sentido, escreve ao lado de putas feministas, que arrebentam os limites da feminilidade prescrita. Para isso apresenta suas cachorras, amigas da autora, que podem exercer trabalho sexual remunerado ou não, mas enchem a boca para se afirmarem como putas que transam para além de restrições normativas. Sem dúvida, transam mais e melhor, e constroem seu personagem social com prazer. Partindo do pressuposto que “todas as mulheres somos tratadas em algum ou em muitos momentos como párias abordáveis sexualmente”, Ziga busca pela feminilidade exaltada e subversiva.
Se autointitula feminista e o faz “tanto pelos cabeças-ocas alérgicos a tudo que cheire a denúncia do sexismo”, quanto pelas feministas decentes e “civilizadas” que reviram os olhos para piranhas de minissaia e relacionam o hijab à submissão patriarcal. Além de feminista, se reivindica radical, pois “radical se diz de quem busca a raiz das coisas. Então, não ser radical é ser, no mínimo, superficial, e, na realidade, estúpida”.
Chacoalhando tanto o hétero- patriarcado quanto o feminismo radical castrador, sua escrita cachorra inventa um “feminismo vira-lata e sem coleira” como sugerem Paul B. Preciado e Virginie Despentes no prefácio deste livro.
Sobre a autora
Itziar Ziga (Rentería, País Basco, 1974) é jornalista e ativista feminista. Gosta de boás de pluma, às vezes se disfarça de caminhoneira e outras se autodenomina cachorra.
“Itziar Ziga conhece a cidade como quem sempre viveu fora. Anda pelas ruas como se pertencessem a ela. Sapatos de princesinha, mas com as solas desgastadas. Dá pra perceber que já fez todos os trajetos, tanto de noite quanto de dia, tanto alerta quanto doidona, com os olhos cheios de lágrimas ou de raiva, em grupo, casal, trisal, sozinha, mas sempre parte da matilha. Mulher da rua, garota de bar, rata de livrarias e corredora de manifestações. Itziar Ziga é uma mistureba político-cultural: o campo e a cidade, sua mãe e suas colegas, Euskalerria e Catalunya, o melô e o feminismo iraquiano, Judith Butler e Manuela Trasobares, a teoria queer e as oficinas de pantojismo, a cultura trans e as avós putas, Alaska e Benedetti, santa Ágata e a Dulce Neus”.
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“Itziar Ziga inventa um modo através do qual as ratazanas da quebrada de gostos perversos, essas que foram historicamente excluídas dos circuitos de poder (ao qual só a heterossexualidade branca de classe média tem acesso), intervém nos processos de produção de significado, introduzindo seus próprios códigos”.
(trechos do prefácio de Paul B. Preciado e Virginie Despentes)
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Comentários
“É da celebração da feminilidade dessa matilha diversa que trata o texto —em estilo desbocado, na “linguagem-cachorra” e transgressora da autora—, do sofrimento de mulheres e homens que precisam enfrentar a violência sexista e o feminicídio no percurso de construção de suas identidades sexuais e sociais”. Marilene Felinto para a Folha de S. Paulo.
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