Descrição
Originalmente publicado em 1975, A vida adulta de Toulouse-Lautrec entrelaça acontecimentos e personagens históricos com passagens ensaísticas e elementos ficcionais.
Vincent (van Gogh) critica a arte de Toulouse Lautrec e ela se irrita. Como de costume, Acker usa os gêneros das personagens de maneira definitivamente fluida. Em seguida, Paul Gauguin aparece como a faxineira do bordel onde uma bobalhona foi assassinada. Além disso, em meio às cenas com personagens famosas que são apresentadas ao longo do livro, também dão as caras Janis Joplin e James Dean, jovens amantes que ainda não sucumbiram às pressões e ao cinismo de Hollywood.
Henry Kissinger e outros figurões da política também surgem ao longo do texto. Por um lado, Acker deixa clara sua posição nesse emaranhado de personagens, mas também dá liberdade a quem lê para tirar suas próprias conclusões. O estilo singular da autora marca o texto, pois entre comentários sobre a política estadunidense do século XX e suas reverberações em países como a República Dominicana, Acker faz cortes abruptos e se lança em uma busca por prazeres desenfreados.
Em outra passagem, retoma o final do século XIX e, em meio a conversas entre Toulouse e Vincent sobre Paris e São Francisco, pipocam greves em todos os cantos. Em seguida, anarquistas se reúnem na Haymarket, um grande espaço aberto em Chicago, a fim de protestar contra um tiroteio policial que reprimiu uma manifestação de grevistas. De repente, uma bomba explode na multidão. Anarquistas são presos em nome da lei, batem na polícia em nome da liberdade e se defendem frente ao juiz. E definitivamente, fariam de novo.
dizem por aí…
“Kathy Acker foi o começo de tudo para mim”
Virginie Despentes
“…ela escreve narrativas feministas sexuais violentas, romances imaginativos de tortura amorosa…”
Allen Ginsberg
“A autora estadunidense Kathy Acker foi uma das escritoras mais influentes do século XX. Entre o início da década de 1970 e o final da década de 1990 escreveu numerosos romances, ensaios, poemas e novelas de tradição experimental e vanguardista. Como feminista pós-modernista, plagiadora e pós-punk, ela continua a inspirar gerações de escritores, filósofos e artistas”
Badischer Kunstverein
“Há uma estranha margem do mundo literário onde queers, punks, riot girls e vanguardistas encontraram motivos para continuar recorrendo a ela” McKenzie Wark
sobre a autora
Kathy Acker (1947/48-1997) nasceu em Nova York e aos 18 anos saiu de casa. Em seguida, trabalhou como stripper, o que a aproximou da cena artística da cidade. Ao longo de sua vida, foi fotografada por Robert Mapplethorpe, fez leituras públicas com Allen Ginsberg e entrevistou as Spice Girls. Fez parte de uma tradição literária radical e rebelde que emergiu na contracultura e continuou na cultura punk e é, sobretudo, uma das autoras mais importantes do século XX.